Depois, ainda nos bancos da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pude ser aluna do irmão caçula de
Dr. Chagas Rocha, Dr. José Taumaturgo da Rocha, também Procurador da República
(na verdade ele já era SubProcurador-Geral da República) e meu professor de Teoria
Geral do Processo e de Direito Internacional Público
Nascido em 21 de janeiro de 1942,
em Natal, era o caçula de uma família de sete filhos: Geraldo, o mais velho,
falecido em 1944, durante a segunda guerra; Nair, a única irmã que chegou à
idade adulta, falecida em 1947, depois de alfabetizar o pequeno Taumaturgo.
Três irmãs faleceram ainda na primeira infância. Já com o irmão Francisco das
Chagas Rocha, conviveu até 2014, tendo-o sempre como referência, estímulo e
modelo.
Do pai, como gosta de contar, herdou
o senso de justiça; da mãe, a constante vontade de mudança; dos irmãos, a
devoção familiar.
Em 1962 conheceu Iza Teresinha
Roriz da Rocha, companheira de grandes lutas, com quem se casou em 1964 e até
hoje compartilha a construção de uma história bonita, com dois filhos: Ricardo
José e Carlos Henrique, a quem deram exemplos do mais elevado padrão. Pai
presente e dado ao diálogo, sempre buscou ensinar pelo exemplo
Ele foi aprovado no segundo
concurso nacional para Procurador da República, em 1973, concurso em que foram
também aprovados grandes nomes do Direito nacional, como os Drs. Aristides
Junqueira, Ellen Gracie Northfleet, e José Arnaldo da Fonseca. Fez do PGR Dr
José Carlos Moreira Alves sua inspiração. Participouda discussão sobre o papel
do novo Ministério Público na Constituinte de 1988. Foi um dos primeiros a
definir as atuais responsabilidades do Ministério Público Federal com a
dissertação de Mestrado “O Ministério Público e o Dever de Bem Administrar”,
tema que continua atual.
Grande professor, foi o
responsável pelo interesse em direito processual civil do atual Ministro
Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, então seu aluno, segundo este me disse.
Ao me formar, logo me submeti ao
concurso para professor substituto da UFRN e Dr. Taumaturgo presidia a banca.
Tive que dar uma aula sobre o tripé da justiça: o juiz, o membro do Ministério
Público e o advogado. Fui aprovada e, além dessa grata surpresa, me deparei,
após a prova oral, com um artigo escrito pelo Professor Taumaturgo, publicado
em jornal de grande circulação local, cujo título era “O ADVOGADO VISTO POR
CIBELE”. Quase infarto de tanta felicidade e surpresa. Ele tinha gostado da
visão pura da advocacia, e não se deteve em sua grandiosidade ao elogiar uma
menina recém-formada
Ao me formar, logo me submeti ao
concurso para professor substituto da UFRN e Dr. Taumaturgo presidia a banca.
Tive que dar uma aula sobre o tripé da justiça: o juiz, o membro do Ministério
Público e o advogado. Fui aprovada e, além dessa grata surpresa, me deparei,
após a prova oral, com um artigo escrito pelo Professor Taumaturgo, publicado
em jornal de grande circulação local, cujo título era “O ADVOGADO VISTO POR
CIBELE”. Quase infarto de tanta felicidade e surpresa. Ele tinha gostado da
visão pura da advocacia, e não se deteve em sua grandiosidade ao elogiar uma
menina recém-formada, bem ingênua e cheia de sonhos. Como ele um dia fora e
como talvez nunca tenha deixado de ser.
Dr. Taumaturgo entrou para a
História da Associação Nacional dos Procuradores da República, a ANPR, como o
único aposentado a exercer a Presidência da entidade, ainda que interinamente,
e num dos momentos mais difíceis. Foi corajoso o suficiente para assinar
manifesto da ANPR em defesa do Procurador da República que atuava na Operação
Satiagraha, em oposição à liminar concedida pelo então Presidente do Supremo,
Ministro Gilmar Mendes, no ano de 2008.
Isso demonstra a coragem que
nunca lhe faltou.
Objetivista por opção, humano por
convicção e justo por formação, Taumaturgo tentou trazer para a atividade
profissional equilíbrio e bom senso. Temente a Deus, inteligente, versátil, de
fácil trato, falar em Taumaturgo seria revelar suas muitas facetas: escritor,
professor, jurista, agropecuarista e avô de Camila Beatriz, Luca, Matheo e
Giulia. Seus dois netos mais velhos falam em reviver a tradição familiar no
meio jurídico, e a eles o avô ressalta a importância de valorizarem o espírito
da justiça, pois ninguém pode ser operador do direito se não mantiver acesa a
chama da justi
Obrigada ao Dr. Taumaturgo por se
fazer presente hoje, junto à sua família. Esse prestígio muito me emociona,
poder dizer na sua frente o quanto o senhor foi um professor e um profissional
importante em minha vida
FONTE - CIBELE BENEVIDES GUEDES DA FONSECA
Nenhum comentário:
Postar um comentário