segunda-feira, 23 de março de 2020

1) MIGUEL SEABRA FAGUNDES, DE 1932 A 1935



O Dr. MIGUEL SEABRA FAGUNDES nasceu em Natal, em 30 de junho de 1910, filho de João Peregrino da Rocha Fagundes e Cornélia Seabra Fagundes. Em 1927, se transferiu para Recife, onde cursou o primeiro ano da Faculdade de Medicina, mas a abandonou em 1928 para ingressar na Faculdade de Direito da mesma cidade.
Ele se formou em março de 1932 e foi orador de sua turma. Logo em seguida retornou a Natal, onde fixou residência e instalou seu primeiro escritório de advocacia. Foi nomeado juiz e em seguida designado pelo Presidente da República Getúlio Vargas Procurador deste TRE/RN. Como eu disse, contava apenas com 22 anos de idade!
Depois, às vésperas de completar 25 anos, foi nomeado desembargador do Tribunal de Justiça — então Corte de Apelação — do Rio Grande do Norte, na qualidade de representante dos advogados, tornando-se o Desembargador mais jovem do Brasil.
Lançou livros que são leitura obrigatória para qualquer estudioso do Direito, e cito aqui o clássico sempre atual “O controle dos atos administrativos pelo Poder Judiciário”.
Foi também interventor federal no Rio Grande do Norte. Apesar de seu curto período à frente do Executivo estadual — apenas três meses — reduziu de imediato seus subsídios, proibiu a publicação no Diário Oficial do Estado de matéria elogiosa às decisões por ele tomadas, passando a redigir as justificativas dos atos de sua administração. Um exemplo de gestor a ser seguido nos dias atua
Participou da organização da Faculdade de Direito de Natal e, decidido a fixar residência no Rio de Janeiro, em março de 1950 exonerou-se da função de desembargador do Tribunal de Justiça e retomou a advocacia. Era casado com Benvinda Gentil de Seabra Fagundes, com quem teve dois filhos, ambos advogados: Eduardo Seabra Fagundes e Sérgio Seabra Fagundes.
Foi Presidente da OAB, Consultor-Geral da República e Ministro da Justiça. Com a edição do AI-5, em 1968, manteve uma posição firme contra mais essa medida de exceção.
Em abril de 1970 foi eleito presidente do IAB, durante o governo do general Médici. Seu discurso de posse, “A legalidade democrática”, gerou tal polêmica entre os políticos que foi considerado uma apologia à liberdade e foi proibida sua publicação nos Anais da Câmara dos Deputados. Recebeu o título de doutor honoris causa da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo – USP. Envolveu-se intensamente nas discussões nacionais a respeito da Constituição de 1988, em sua fase de elaboração. Sempre ligado às atividades da OAB, participou da decisão da entidade de apresentar o pedido de abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor à Câmara em setembro de 1992. Morreu no Rio de Janeiro em 29 de abril de 1993. E nós, potiguares e brasileiros, jamais o esqueceremos.
FONTE  - CIBELE BENEVIDES GUEDES DA FONSECA

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